O sonho de muitos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde é atuar nos Estados Unidos, país referência em tecnologia, pesquisa e remuneração.
Contudo, o mercado americano também é um dos mais exigentes quando o assunto é exercício profissional por estrangeiros.
Por isso, entender como funciona o processo de imigração para profissionais da saúde nos Estados Unidos é o primeiro passo para transformar esse objetivo em realidade.
Neste artigo, vamos esclarecer os pontos principais para que você compreenda quais são os caminhos possíveis para trabalhar legalmente na área da saúde nos Estados Unidos.
O tempo varia entre 1 e 3 anos, dependendo do tipo de visto e da profissão.
O processo pode custar entre US$ 8 mil e US$ 20 mil, incluindo taxas, traduções e provas de revalidação.
Não necessariamente. Vistos como o EB-2 NIW e o EB-1A permitem imigrar sem oferta de trabalho.
A maioria sim, especialmente médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Algumas áreas de pesquisa não exigem licença clínica.
Sim. É essencial ter nível avançado de inglês, principalmente técnico, para lidar com documentos, provas e entrevistas.
A previsão de enfraquecimento do mercado de saúde nos Estados Unidos é baseada na perspectiva de envelhecimento da população e escassez de profissionais da área.
De acordo com a ONU News:
A maior parte dos agentes de saúde têm entre 35 e 44 anos, mas o envelhecimento do setor é um problema em nações como Estados Unidos, onde quase a metade dos médicos têm 55 anos ou mais.
A preocupação agora é treinar as novas gerações.
Assim, qualquer profissional da saúde formado fora dos Estados Unidos pode imigrar e atuar legalmente, desde que cumpra as exigências de validação da profissão e obtenha o visto adequado, para suprir a demanda da área.
Entre os principais profissionais de saúde que encontram oportunidades nos Estados Unidos estão:
A associação destaca que, devido ao déficit de profissionais, muitos médicos acabam dobrando turnos, o que tem levado à exaustão e pedidos de demissão; além disso, a faixa etária predominante na classe médica em atividade é de 50 a 55 anos, reflexo da falta de interesse ou da dificuldade financeira das gerações mais jovens em arcar com os altos custos da formação em medicina.
Entre os estados que mais necessitam de médicos e oferecem melhores salários estão Flórida, Califórnia, Novo México, North Dakota e Arkansas, segundo o site especializado Zippia.
A American Physical Therapy Association (APTA) reportou que, ao final de 2022, a média era de 57 fisioterapeutas empregados para cada 100 mil habitantes nas grandes regiões metropolitanas.
Profissionais bem qualificados podem alcançar remunerações anuais superiores a 100 mil dólares, variando conforme a região, sendo Califórnia, Nevada, New Jersey, Alaska e Connecticut os estados com os melhores salários, de acordo com o U.S. News & World Report’s Best Jobs of 2023.
A carência de dentistas já é antiga, mas intensificou-se nos últimos anos, ampliando a demanda por profissionais qualificados, inclusive imigrantes, em diversas regiões do país.
Ainda assim, a demanda por profissionais de enfermagem continua crescendo, impulsionada principalmente pelo envelhecimento da população americana.
De acordo com a Drexel University, os estados que mais necessitam de enfermeiros são Califórnia, Texas, Nova York, Flórida e Pensilvânia, sendo a Califórnia também a região que oferece as melhores remunerações, ultrapassando os 100 mil dólares anuais.
No entanto, é importante lembrar que cada profissão tem exigências específicas, seja para dentistas, médicos ou fisioterapeutas
Um dos erros mais comuns é confundir o processo de imigração com a revalidação do diploma. Embora os dois estejam relacionados, eles são etapas diferentes:
Ou seja, é possível imigrar para os Estados Unidos sem revalidar o diploma, mas, nesse caso, você não poderá exercer a sua profissão na área da saúde até concluir o processo de validação. Por isso, ambos os caminhos devem ser planejados em conjunto.
Os vistos são um dos pontos mais importantes do processo de imigração. Para profissionais da saúde, existem diferentes categorias, e a escolha depende do perfil do candidato. Os principais são:
O EB-2 NIW é um dos vistos mais utilizados por profissionais de saúde, pois permite solicitar o green card sem a necessidade de oferta de emprego, desde que o profissional comprove que sua atuação será de interesse nacional.
Logo, seus critérios são:
Além disso, é necessário atender a todos os demais requisitos estabelecidos na certificação de trabalho vigentes na data de prioridade.
Além disso, deve cumprir todos os requisitos estabelecidos na certificação de trabalho, quando aplicável.
O EB-1A é voltado para profissionais de destaque internacional, isto é, médicos ou pesquisadores com publicações relevantes, prêmios ou reconhecimento acadêmico.
Saiba mais: Como completar os requisitos para EB-1A?
O H-1B é indicado para profissionais que recebem uma oferta de emprego de uma instituição americana. Nesse caso, é necessário que o empregador patrocine o visto, o que pode ser um desafio, pois exige que a empresa comprove a necessidade de contratar um estrangeiro.
Suas características são:
O J-1 é um visto temporário, com foco em programas de residência ou intercâmbio, e exige que o profissional, ao final do programa, retorne ao seu país de origem por pelo menos dois anos, processo conhecido como ‘mandatory home residence requirement’.
O processo documental pode variar conforme o visto escolhido e a profissão do candidato. Porém, alguns documentos são geralmente exigidos:
No caso de médicos, fisioterapeutas e dentistas, também é necessário apresentar documentos aceitos, respectivamente, pelos órgãos ECFMG (Educational Commission for Foreign Medical Graduates), FCCPT (Foreign Credentialing Commission on Physical Therapy) e CODA (Commission on Dental Accreditation).
Muitos profissionais da saúde conseguem, sim, imigrar sem uma oferta de emprego prévia por meio de vistos como o EB-2 NIW ou o EB-1A, sendo categorias vantajosas por não dependerem de patrocínio de empregador.
No entanto, elas exigem comprovações sólidas de experiência, impacto da atuação profissional e relevância para os Estados Unidos.
Já vistos como o H-1B dependem obrigatoriamente de uma oferta de trabalho, o que pode ser uma limitação para quem está fora do país.
Portanto, o caminho sem oferta de trabalho é viável, mas exige planejamento, organização documental e preparação para comprovar relevância profissional.
Embora cada profissão tenha particularidades, podemos resumir o processo de imigração para profissionais da saúde nos Estados Unidos em algumas etapas principais:
O processo de imigração para profissionais da saúde nos Estados Unidos é complexo, mas totalmente possível para quem se organiza com antecedência.
Assim, entender a diferença entre imigração e revalidação de diploma, conhecer os tipos de visto disponíveis e preparar a documentação correta são passos fundamentais para ter sucesso.
Ainda que o caminho envolva custos, tempo e esforço, o resultado compensa: atuar em um sistema de saúde avançado, com salários competitivos, tecnologia de ponta e reconhecimento profissional.
Se você tem o sonho de viver essa experiência, o momento ideal para começar a se preparar é agora. Quanto mais cedo iniciar o planejamento, maiores serão as chances de conquistar o visto certo e atuar legalmente na sua área de formação.