A medicina norte-americana é referência mundial, tanto em infraestrutura quanto em pesquisa e remuneração, o que atrai milhares de profissionais estrangeiros todos os anos. 

Dessa forma, para muitos médicos formados no Brasil, o sonho de atuar nos Estados Unidos é um grande desafio, mas também uma oportunidade de crescimento profissional e pessoal.  

Mas surge a pergunta: como revalidar diploma médico nos Estados Unidos?  

O processo envolve várias etapas, órgãos reguladores e exames, além da exigência de residência médica local antes de conquistar o licenciamento para atuar. 

Neste artigo, você vai entender em detalhes como funciona esse caminho e o que é necessário para transformar o diploma obtido no Brasil em uma carreira médica legal e ativa em território americano. 

Perguntas frequentes sobre diploma médicos nos Estados Unidos 

1. Preciso de Green Card para revalidar meu diploma médico nos Estados Unidos? 

Não. O Green Card não é exigido para a revalidação, mas será necessário algum status migratório legal (visto de estudo ou trabalho) para exercer a profissão. 

Saiba mais: Como completar os requisitos para EB-1A?  

2. Já tenho especialização no Brasil. Preciso fazer residência nos Estados Unidos? 

Sim. Mesmo médicos especialistas precisam refazer a residência nos Estados Unidos para obter a licença. 

3. Quanto custa o processo de revalidação? 

Somando taxas do ECFMG, USMLE e Match, os custos podem ultrapassar US$ 10 mil, sem contar despesas de preparação e tradução de documentos. 

4. Existe alternativa à residência médica nos Estados Unidos? 

Ao focar na prática clínica, não. Porém, médicos podem atuar em áreas relacionadas, como pesquisa acadêmica ou indústria farmacêutica, sem a residência. 

5. Posso começar o processo ainda no Brasil? 

Sim. Tanto o credenciamento no ECFMG quanto as primeiras etapas do USMLE podem ser iniciados antes de se mudar para os Estados Unidos. 

O que é necessário para um médico brasileiro atuar nos Estados Unidos? 

Diferente de outros países, os Estados Unidos têm um processo de validação altamente padronizado e rigoroso para médicos formados no exterior. 

De forma geral, os requisitos básicos incluem: 

  • Reconhecimento do diploma junto ao ECFMG (Educational Commission for Foreign Medical Graduates); 
  • Aprovação em todas as etapas do USMLE (United States Medical Licensing Examination); 
  • Conquista de uma vaga em residência médica (mesmo já sendo especialista no Brasil); 
  • Licenciamento no estado em que deseja atuar. 

Ou seja, não basta apenas traduzir ou validar academicamente o diploma, é preciso passar novamente por provas e residência, seguindo as normas locais. 

Passo nº 1: ECFMG, credenciamento e validação 

O ECFMG é a comissão responsável por avaliar a formação acadêmica de médicos estrangeiros, o qual funciona como a porta de entrada para quem deseja exercer a medicina nos Estados Unidos. 

O processo inclui: 

  • Enviar a documentação acadêmica (diploma, histórico, certificados) para análise; 
  • Receber o ECFMG Certification, que habilita o médico a prestar o USMLE. 

Sem esse credenciamento, não é possível seguir para as etapas seguintes. 

Passo nº 2: USMLE, o exame obrigatório 

O USMLE (United States Medical Licensing Examination) é a principal barreira para médicos estrangeiros, pois muitos passam anos estudando para o teste, o qual avalia conhecimentos médicos, clínicos e práticos em 3 etapas: 

  • Step 1: conhecimentos básicos de ciências médicas (anatomia, bioquímica, fisiologia, etc.); 
  • Step 2 CK: avalia conhecimentos clínicos e capacidade de diagnóstico; 
  • Step 3: foco na prática médica, tomada de decisão e manejo de pacientes. 

A aprovação em todas as etapas do USMLE é obrigatória. 

Passo nº 3: Matching e residência médica 

Mesmo após formar-se e se especializar no Brasil, o médico precisa passar pela residência médica nos Estados Unidos, pois o sistema americano exige treinamento local para garantir que todos os profissionais sigam os mesmos padrões de prática. 

Para isso, o médico deve se inscrever no NRMP (National Resident Matching Program), conhecido como Match, que é o processo de seleção e alocação de residentes nos Estados Unidos. 

A residência dura entre 3 e 7 anos, dependendo da especialidade, e é um passo indispensável para seguir rumo à licença médica. 

Passo nº 4: Licenciamento estadual 

Após concluir a residência, o médico precisa solicitar a licença no estado em que pretende trabalhar, sendo que cada local possui um Medical Board próprio, que define regras específicas de documentação, prazos e taxas. 

Esse licenciamento é o que garante, de fato, o direito de exercer a medicina de forma independente e legal em território americano. 

Quanto tempo o processo pode levar? 

O tempo necessário para revalidar o diploma médico nos Estados Unidos varia de acordo com o desempenho do candidato e o planejamento de cada etapa. 

De forma geral: 

  • ECFMG: pode levar de 6 meses a 1 ano; 
  • USMLE: entre 2 e 4 anos de preparação e aprovação em todas as etapas; 
  • Residência médica: de 3 a 7 anos, dependendo da especialidade; 
  • Licenciamento: cerca de 6 meses a 1 ano, dependendo do estado. 

Na prática, todo o processo pode durar de 5 a 10 anos. Por isso, é essencial se planejar com antecedência. 

Conclusão 

Revalidar diploma médico nos Estados Unidos é um processo longo, exigente e desafiador, mas que abre portas para uma das carreiras mais valorizadas e bem remuneradas do mundo. 

Do credenciamento junto ao ECFMG até a conquista da licença estadual, cada etapa exige dedicação, resiliência e planejamento financeiro.  

Contudo, para quem tem o sonho de atuar nos Estados Unidos, o esforço compensa, seja pelo reconhecimento profissional, pelas oportunidades de pesquisa e inovação ou pela experiência de vida única que o país oferece. 

Se você deseja seguir esse caminho, lembre-se: revalidar o diploma é apenas o primeiro passo de uma jornada que envolve também residência médica e licenciamento estadual.