Se você é médico ou dentista e sonha em construir uma carreira nos Estados Unidos, já deve ter se deparado com o termo “Observership”.  

Esse tipo de programa tem ganhado cada vez mais atenção entre profissionais internacionais que desejam se ambientar ao sistema de saúde americano. Mas vale a pena investir tempo, dinheiro e esforço nesse caminho? 

Neste artigo, você vai descobrir: 

  • O que é e como funciona um Observership 
  • Benefícios reais para quem quer atuar nos EUA 
  • Limitações e mitos sobre o que a experiência oferece 
  • Como se preparar e escolher a instituição ideal 
  • Alternativas complementares que fazem toda a diferença 

Ao final, você terá mais clareza para decidir se investir em um Observership é o caminho certo para sua carreira nos Estados Unidos. 

Por que o Observership é uma etapa relevante no percurso profissional? 

Para médicos e dentistas fluentes em português, a transição para atuar nos EUA envolve adaptações intensas — idioma, cultura, formato de ensino e relações com pacientes.  

Um Observership, ao oferecer uma imersão real no ambiente médico, se torna uma ferramenta estratégica. Veja por quê: 

  1. Entender o sistema de saúde dos EUA 
    Hospitais e clínicas nos EUA têm protocolos, fluxos de atendimento, regras éticas e legais específicas — muitas vezes distintas da prática brasileira. Durante o Observership, você vivência na prática esses modelos, entende hierarquias clínicas e dinâmica de trabalho em equipe. 
  1. Networking profissional de alto nível: A convivência diária com médicos, residentes, enfermeiros, coordenadores e diretores permite criar contato direto com pessoas que podem recomendar estágios, vagas ou oportunidades futuras. 
  1. Evidência de experiência internacional: Em processos de residência (match), Imigration, bolsas de estudo e entrevistas de emprego, ter o Observership no currículo sinaliza que você já está familiarizado com a realidade americana. 
  1. Preparação prévia para exames e adaptações: O Observership revela claramente os gaps no inglês médico, cultura hospitalar e documentação. Isso ajuda a traçar ações direcionadas para provas como USMLE ou prática clínica nos EUA. 
  1. Validação pessoal do caminho que deseja seguir: Ver de perto o cotidiano hospitalar, o modelo de ensino e os desafios do sistema americano pode confirmar que esse é o seu caminho — ou ajudar a reavaliar antes de investir ainda mais em residência ou revalidação. 

Entendendo o que você pode — e o que de fato não pode — fazer durante um Observership 

O que está permitido: 

  • Observar procedimentos clínicos feitos por médicos ou dentistas credenciados 
  • Participar de rounds, discussões de casos em equipe e seminários 
  • Dialogar com profissionais, fazer perguntas e anotar orientações 
  • Acesse a estrutura hospitalar, como bibliotecas, laboratórios e eventos internos 

O que NÃO é permitido: 

  • Examinar pacientes, nem realizar procedimentos clínicos 
  • Prescrever medicamentos ou sugestões de tratamento 
  • Atuar como voluntário médico, pois faltam as permissões legais 
  • Intervir em emergências clínicas — é papel de profissionais certificados 

Importante: o Observership é um programa educativo, não prático. Ele foi pensado para proporcionar a você familiaridade com protocolos, dinâmica de equipe e cultura médica, e não para substituí-lo como profissional tratante. 

Quais são os grandes benefícios do Observership? 

1. Networking estratégico 

A importância do networking em medicina e odontologia não pode ser subestimada. Imagine: em apenas algumas semanas, seu nome já circula entre quem toma decisões sobre contratações ou seleções nos EUA. 

Um bom Observership possibilita: 

  • Convites para clinical rotations ou estágios observacionais posteriores 
  • Cartas de recomendação que fortalecem inscrições em residência (o famoso “match”) 
  • Mentoria profissional, com médicos dispostos a orientar sua trajetória 
  • Participação em grupos de pesquisa ou publicações, caso demonstre interesse 

2. Aprimoramento do inglês técnico 

Se o seu inglês já é bom, durante o Observership ele evolui ainda mais: 

  • Vocabulário médico específico (ex: “to intubate”, “CBC results”, “periodontal probing”) 
  • Fluência em situações clínicas, rounds e discussões de casos 
  • Capacidade de comunicar-se com pacientes sem interpretação 
  • Aprendizado de termos abreviados típicos dos EUA, como “med consult” ou “EKG reading”. 

3. Fortalecimento do currículo internacional 

Ter uma experiência validada em ambiente norte-americano agrega diferenciais concretos

  • Mostra iniciativa para se inserir no ambiente local, mesmo antes da residência 
  • Propicia uma narrativa enriquecida em entrevistas e currículo 
  • Reforça sua candidatura a bolsas, estágios, bolsas universitárias ou formação adicional 

4. Orientação prática para os próximos passos 

É comum que, durante reuniões informais, membros da equipe ofereçam dicas sobre: 

  • Revalidação do diploma  
  • Residências desejadas, com relatos das exigências de programas específicos 
  • Processos de imigração: voos, vistos, seguro saúde e práticas quando recém-chegado aos EUA 

O que considerar antes de aplicar para um Observership 

Para escolher um bom programa, avalie os seguintes critérios: 

1. Custo total 

  • Taxa de inscrição: algumas instituições cobram entre US $ 300 e US $ 1.200. 
  • Passagem e hospedagem: em cidades maiores (NY, LA), a diária pode ultrapassar US $ 120. 
  • Seguro saúde: obrigatório nos EUA — planos mensais custam cerca de US $ 70 a US $ 150. 
  • Custos extras: transporte urbano (Uber, ônibus), alimentação, pequenas taxas. 

2. Identidade e qualidade do programa 

  • Hospitais universitários têm prestígio e visibilidade. 
  • Clínicas menores oferecem atendimento personalizado
  • Busque informações e avaliações em fóruns e grupos no Facebook/LinkedIn de pessoas que já passaram por programas de Observership. 

3. Objetivos claros 

Se você decidiu participar de um programa de Observership, é importante que você defina seus objetivos com a experiência e desenhe estratégias para alcançá-los. 

Aqui estão alguns exemplos: 

Objetivo: Obter cartas de recomendação 

Estratégia: Apresente-se ao coordenador logo no início do programa 

Objetivo: Se preparar para a residência 

Estratégia: Foque em ambulatórios e participação em rounds 

Objetivo: Aprimorar seu inglês técnico  

Estratégia: Inscreva-se em rotações que envolvam muitos diálogos 

Objetivo: Conhecer melhor o sistema de saúde. 

Estratégia: Priorize hospitais acadêmicos e reuniões clínicas 

4. Requisitos de idioma 

Muitas instituições exigem: 

  • TOEFL iBT (mínimo 90–100) 
  • IELTS Academic (mínimo 6.5–7.0) 

Outros aceitam apenas nível conversacional, mas dificilmente dispensam testes padronizados. 

5. Documentação essencial 

Além do currículo, será necessário: 

  • Carta de motivação com seus objetivos 
  • Histórico acadêmico oficial e diplomas traduzidos 
  • Carta do seu supervisor no Brasil 
  • Seguro saúde internacional 
  • Seguro-viagem e, possivelmente, comprovante de vacinação (ex: COVID-19) 
  • Visto: geralmente B‑1/B‑2 (turismo/negócios). Consulte um advogado de imigração para orientações detalhadas. 

Observership substitui a revalidação do diploma? 

Não — o Observership é complementar, não substitutivo
Para atuar nos EUA ou fazer residência, você ainda deverá: 

  1. Completar os exames USMLE (para médicos) ou CFA e ORE/CCT (para dentistas) 
  1. Obter certificação do ECFMG 
  1. Passar no residency match ou aplicar em posições clínicas 
  1. Validar seu diploma (equivalência) por meio dos órgãos competentes 

Contudo, o Observership prepara você psicologicamente e operacionalmente para esses desafios. 

Dicas práticas para potencializar seu Observership 

  1. Prepare-se com Lista de Perguntas: crie perguntas sobre protocolo, jornadas médicas, integração de equipe. 
  1. Leve um caderno organizacional: registre bons contatos e informações para seguir depois do programa. 
  1. Acompanhamento pós-programa: envie um e‑mail agradecendo, conecte-se no LinkedIn e peça feedbacks e referências. 
  1. Compartilhe sua experiência: escreva artigos, publique em blogs ou envide no YouTube. Isso reforça sua visibilidade e marca pessoal. 
  1. Prepare o idioma antes: faça trilhas de inglês técnico (memorização de termos, prática de pronúncia, conversação médica). 

Vale a pena fazer um Observership? 

Sim — desde que você alinhe expectativa, orçamento e objetivos. 

✔️ Se busca experiência internacional, familiaridade com o sistema americano, network e cartas de recomendação, o Observership cumpre muito bem esse papel. 
✔️ Se seu foco é apenas atuar clinicamente, engrandecer currículo de forma prática e formal, ele não substitui exames, residência e licenciamento. 

O sucesso está em se planejar bem antes, definir metas claras e escolher uma boa instituição como ponto de partida para os próximos passos. 

Conte com o apoio MIG para dar seu próximo passo na jornada de revalidação

A MIG te ajuda em cada fase da jornada: 

  • Orientação para seleção do Observership mais adequado ao seu perfil 
  • Preparação da documentação e inscrição 
  • Apoio para provas e proficiência (USMLE, TOEFL) através de cursos intensivos 
  • Assessoria em imigração, visto e revalidação 

Estamos prontos para te guiar, evitar erros e acelerar seu caminho para a carreira nos EUA.